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O PÊNDULO AUTOCRÁTICO-DEMOCRÁTICO NA SOCIOLOGIA DE FLORESTAN FERNANDES

Elson dos Santos Gomes Junior

Abstract

O presente trabalho apresenta a crítica de Florestan Fernandes a respeito da relação entre Estado autocrático-burguês e democracia no Brasil. Para o sociólogo paulista, a história republicana encontra-se entre extremos, sendo um ideal e outro real. No primeiro, o ideal democrático tem servido como engodo civilizatório, principalmente, após momentos de acentuado extremismo civil-militar. No segundo, a autocracia se manifesta mediante uma sociedade conservadora, reacionária e fechada para inclusão social do povo no exercício efetivo das conquistas da modernidade burguesa. A metodologia empregada é de cunho qualitativo-bibliográfico e se detém nas obras que discutem os conceitos de revolução burguesa, autocracia e democracia. Os resultados apontam a existência de uma constante autoritária que, para não romper os laços de dependência em relação ao capitalismo e aos modelos institucionais modernos dos países centrais, arrefece do mais extremo radicalismo por meio de uma ideologia democrática que se efetiva apenas para estratos privilegiados.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/rmi.v18i31.16527

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