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Economia do agronegócio no Brasil: participação brasileira na cadeia produtiva da soja entre 2015 e 2020

Gabriel da Silva Medina

Resumo

A expansão do agronegócio no Brasil oferece oportunidades para grupos domésticos a partir de um novo paradigma de desenvolvimento. Este artigo traz um levantamento da evolução da participação dos grupos brasileiros na cadeia produtiva da soja produzida no país. Os resultados revelam que os grupos brasileiros perderam participação nos últimos anos, passando de 40% do total do negócio em 2015 para 34,6% em 2020. Neste período, houve mudanças na participação dos grupos domésticos nos segmentos de sementes (de 16,5% para 8,7% do mercado), de fertilizantes (de 33,5% para 19,2%), de agrotóxicos (de 4,3% para 5,8%), de máquinas (de 1,9% para 0,2%) e de agroindústria (de 30,7% para 16,1%). Nestes setores mais intensivos em capital e em tecnologia (excluindo a produção no campo), a participação doméstica caiu proporcionalmente de 12,5% para 7,1% entre 2015 e 2020. Oportunidades criadas pela expansão do agronegócio podem ser aproveitadas por grupos domésticos a partir de novo paradigma desenvolvimentista.


Palavras-chave

Multinacionais. Complexo agroindustrial. Oligopólio. Market share.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v24i1.8521

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