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Aqui somos todas Margaridas, ou quando a Vale não vale nada: um estudo sobre lideranças femininas e criminalização na Estrada de Ferro Carajás/MA

Francisca Érica dos Santos Souza, Vanda Pantoja

Resumo

O artigo analisa o processo de criminalização sofrido por lideranças femininas processadas pela empresa Vale S.A. em razão delas terem participado de protestos contra os efeitos da atividade de mineração em seus territórios, ao longo da Estrada de Ferro Carajás no estado do Maranhão. As ações dessas mulheres são analisadas à luz da noção de resistência, palavra utilizada por elas para definir suas ações. A pesquisa foi realizada tendo como fonte de coleta de dados as entrevistas com as lideranças que sofreram processos judiciais pela empresa Vale S.A, entre os períodos de 2013 e 2017, além de consulta bibliográfica sobre os efeitos da mineração na Amazônia e na América Latina. Os resultados apontam para um processo violento e contínuo de criminalização dos sujeitos que resistem às violações de direitos na luta por garantia do território.


Palavras-chave

Mulheres. Mineração. Resistências. Pará. Maranhão.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ncn.v26i1.11917

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