O corpo-clausura em Novas Cartas Portuguesas: uma análise sobre o aprisionamento da mulher
Resumo
O corpo, estudado em sua historicidade, privilegiou o tipo físico masculino como superior ao feminino, montando uma narrativa articuladora que inferiorizou, manipulou e edificou o corpo feminino como frágil e submisso. Pensando tais questões, este estudo se debruça em analisar os corpos femininos presentes na obra Novas cartas portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta (2021), a fim de expor a existência simbólica do corpo feminino se tornar uma clausura para a mulher. Para tanto, a metodologia empregada engloba uma breve contextualização da ditadura militar portuguesa e o seu mecanismo retórico como princípio articulador dos corpos em termos de docilidade-utilidade. Por fim, analiso fragmentos selecionados da obra para demarcar como se dá a construção de um corpo-clausura, termo cunhado em minha dissertação de mestrado com o intuito de ressaltar os processos opressivos que a mulher portuguesa vivenciou dentro do contexto do Estado Novo.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i68.16939