“Pano de mato”: paisagens, texturas e vestuários em Grande Sertão: Veredas Um exercício de observação e descrição

Resumo

Este artigo propõe identificar as relações estéticas entre paisagens e vestuários em Grande Sertão: Veredas. Entre estes, os vestuários descritos caracterizados dos jagunços e vaqueiros; e os vestuários possíveis ou vestuários-imagens em figuras femininas arquetípicas. A hipótese inicial sugere a presença de uma Stimmung nesses topoi do sertão - onde a história de Riobaldo e Diadorim se desenrola - como, por exemplo, as águas dos rios Urucúia e São Francisco, as cachoeiras e as veredas, em meio às formas geometrizadas da natureza. O encadeamento entre as paisagens e a narrativa sucede por indução e expertise de esteta na abordagem geográfica de Guimarães Rosa sobre o sertão mineiro. O objetivo principal é proceder às descrições dos vestuários supracitados, mas também cercar a dimensão estética e não menos importante do antológico texto de Guimarães Rosa. Metodologicamente, esta investigação e exercício de observação abriga a ancoragem fenomenológica, meio e fim dos resultados alcançados.