Romances censurados na ditadura militar portuguesa: erotização do corpo e do desejo feminino em Vinte anos de manicómio, de Carmen de Figueiredo

Resumo

O presente artigo trata-se de um estudo sobre o romance Vinte anos de manicómio (1951), da escritora portuguesa Carmen de Figueiredo. Desse modo, buscamos analisar como a representação do feminino, por meio da escrita, configura-se enquanto ferramentas de subversão. Além disso, analisamos de que forma essa suposta subversão contribui para dar visibilidade às personagens femininas, configurando-se, assim, como uma escrita transgressora. Ademais, o trabalho é fruto de uma pesquisa teórico-crítica, com base bibliográfica e de cunho interdisciplinar, pautada nos textos de Ferreira (1996); Pedrosa (2017); Silva (2010; 2011); Xavier (1999); e Zolin (2010). Em síntese, diante da leitura da obra, constatamos que, a mulher representada no romance da época do regime político ditatorial salazarista é dissonante dos estereótipos femininos determinados pela ideologia do patriarcado; sendo, portanto, considerada como transgressora da ordem vigente. Assim sendo, isso configura a escrita subversiva e transgressora de Carmem de Figueiredo em razão da erotização do corpo e do desejo feminino.