Variações do feminino e da mulher em El País de las Mujeres, de Gioconda Belli: perspectivas interdisciplinares

Resumo

O romance de Gioconda Belli, El País de las Mujeres, lançado originalmente em 2010, constitui sátira política, que encena irrupção vulcânica, em um país imaginário. Na ficção criada pela escritora nicaraguense, as larvas provocarão queda dos níveis de testosterona, e a consequente ascensão ao poder de partido liderado por mulheres, Partido de la Izquierda Erotica, PIE. O ponto de partida desta burlesca criação remete à efetiva existência de grupo homônimo, reunido em torno de agenda reivindicativa feminista, dentro do movimento sandinista, em meados da década de oitenta do século XX. O romance, apesar do tom zombeteiro, é desafiador, anotando tanto os diferentes meandros que atravessam as discussões de gênero, como também uma dada concepção de feminino, das mulheres e de eros. É, pois, nesse sentido, que adotou-se para este trabalho leitura interdisciplinar, envolvendo os estudos literários, a psicanálise, e a antropologia social.