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Representações Sociais Acerca das Tartarugas Marinhas de Pescadores Artesanais de Ajuruteua, Amazônia Costeira, Bragança-Pará, Brasil

Roberta Sá Leitão Barboza, Claudia Nunes Santos, Darcy Flexa Di Paolo, Luis Junior Costa Saraiva

Resumo

Estudar a relação entre seres humanos e não-humanos, sobretudo, junto às chamadas populações tradicionais requer a devida identificação do contexto sócio ambiental e cultural em que tais relações se desenvolvem. As inter-relações entre pescadores e tartarugas marinhas nas Comunidades Bonifácio e vila dos Pescadores (praia Ajuruteua, Bragança-Pará) foram descritas com base em metodologias participativas. A pesca é a principal atividade desenvolvida e as atividades destes atores nas áreas marinha e praianas proporcionam o acúmulo de conhecimentos sobre os demais elementos ambientais. A maioria dos entrevistados relatou suas percepções sobre tartarugas marinhas na praia de Ajuruteua. Os encontros entre pescadores e tartarugas foram relacionados com três práticas pesqueiras (curral, espinhel e rede). O conhecimento ecológico local sobre as tartarugas marinhas inclui uma etnotaxonomia com 26 denominações e descrições de diversos aspectos ecobiológicos destes animais (desova, distribuição espacial, adaptações morfológicas e comportamento). As ocorrências dos quelônios fazem parte, tanto da memória remota, quanto recente dos pescadores, sendo apontada uma redução gradativa nos anos atuais.  As tartarugas marinhas representam coletivamente para os pescadores fonte de proteínas (comem a carne e os ovos), recursos medicinais (usam gordura e casco para cura de diversas enfermidades, em diferentes preparos), e ainda como elemento estético (confecção de zooartezanato). Estas representações verificadas na memória destas comunidades constituem um importante registro da ocorrência de tartarugas marinhas na Amazônia costeira.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v9i1.5499



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