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ESTABILIDADE AERÓBICA E QUALIDADE DE SILAGENS DE CAPIM-ELEFANTE CONTENDO NÍVEIS DE RESÍDUO DE AÇAÍ

Cristiane Rebouças Barbosa, Marcia Mourão Ramos Azevedo, Andréa Krystina Vinente Guimarães, Jéssica de Carvalho Pantoja, Maico Alexandre Silva Farias

Resumo

Objetivou-se nesta pesquisa avaliar a silagem de capim-elefante com diferentes níveis de inclusão de resíduo de açaí sobre a qualidade fermentativa e a estabilidade aeróbia. Para isso foram confeccionados 20 silos experimentais (SE), 04 por tratamento. O capim-elefante e o resíduo de açaí foram misturados no momento da ensilagem. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em cinco níveis de inclusão, 0; 10; 20; 30 e 40% do resíduo agroindustrial do açaí. Os SE foram abertos com 30 dias e colhidas amostras para análise bromatológica. O teor de matéria seca (MS) aumentou em até 10,8% nas silagens de 0 a 40% de inclusão do resíduo. A cada 1% de resíduo adicionado, o teor de matéria orgânica apresentou acréscimo de 0,063%. Nas temperaturas das silagens houve redução (P<0,05) linear de 0,028% com a adição do resíduo de açaí. As silagens com 20 e 30% de resíduo do açaí permaneceram por mais tempos dentro da faixa ideal de pH, 3,82 e 3,98 às 60 e 72 horas, respectivamente. As silagens com 10, 20, 30, 40% apresentaram a maior estabilidade aeróbia, pois atingiram elevação de 2°C em relação à temperatura ambiente, com 12 horas de exposição ao oxigênio. Porém, a silagem sem inclusão do resíduo de açaí manteve-se estável por apenas 1 hora. Todos os tratamentos com resíduo de açaí proporcionaram silagens com características sensoriais, fermentativas e teor de MS que as classificam como de boa qualidade, destacando-se o tratamento com 20% de resíduo de açaí, por apresentar os melhores resultados das variáveis analisadas.


Palavras-chave

Ensilagem; Euterpe oleracea; Subproduto


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ragros.v13i2.8076

ISSN online 2318-0188