RESISTÊNCIA HISTORIOGRÁFICA E A ESCREVIVÊNCIA NA ESCRITA DAS MULHERES NEGRAS: UMA ANÁLISE A PARTIR DE MARIA CAROLINA DE JESUS E MARIA FIRMINA DOS REIS
Resumo
Este artigo objetiva analisar como a Escrevivência, conceito cunhado por Conceição Evaristo, presente nas obras A Escrava, de Maria Firmina dos Reis, e Quarto de Despejo, de Maria Carolina de Jesus, contribui para a resistência historiográfica ao romper com narrativas dominantes. A análise insere essas obras no campo da História da Educação, relacionando-as às pedagogias contra-hegemônicas de Paulo Freire e Dermeval Saviani, evidenciando como a literatura negra ressignifica identidades e desafia estruturas de exclusão. A abordagem interdisciplinar explora a relevância de Firmina e Carolina para a valorização da memória coletiva afro-brasileira e para a construção de práticas pedagógicas emancipatórias.
Palavras-chave
Escrevivência. resistência historiográfica. pedagogia crítica. literatura negra. identidade afro-brasileira.
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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v13i1.17644
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