Poema de Amor Pós-Colonial e O vento espalha minha voz originária: possíveis confluências entre as poéticas de Natalie Diaz e Eliane Potiguara.
Resumo
O presente artigo tem como proposta identificar de que forma os poemas de Natalie Diaz, presentes em Poema de amor pós-colonial (2022) e os poemas de Eliane Potiguara, publicados em O vento espalha minha voz originária (2023), dialogam entre si. Por se tratar de dois livros escritos por mulheres indígenas, partimos do pressuposto de que o conceito de confluências, proposto pelo intelectual quilombola Nego Bispo dos Santos, se adequa à proposta de diálogo entre os poemas das duas autoras, tendo em vista que ambas são oriundas de universos distintos. Natalie Diaz é norte-americana, nascida em uma reserva indígena na cidade de Needles, no Colorado, e pertence ao povo mojave. Já Eliane Potiguara é brasileira, nasceu em contexto
urbano, fora das terras tradicionais do povo potiguara, na Paraíba, após seus antepassados migrarem em um contexto diaspórico. Portanto, a ideia de confluência leva em consideração os universos simbólicos e cosmológicos distintos evidenciados nos poemas. Além dessas particularidades, a análise dos poemas evidencia também que a perspectiva de corpo-território se apresenta como um tema transversal na poesia de ambas as poetas.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i68.17085