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EXTRATIVISMO DO BUTIÁ NO MUNICÍPIO DE TAPES/RS: CONSERVAÇÃO E USO COMO ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

João Luis Silva Campos Junior, Rafaela Biehl Printes

Resumo

Desde 2017, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade de Tapes, é instituição parceira da Rota Internacional dos Butiazais, projeto coordenado pela Embrapa Clima Temperado que conecta pessoas e promove uma rede de estímulos voltados à conservação in situ e uso sustentável da palmeira do gênero Butia em locais de ocorrência. Neste estudo, buscou-se identificar os extrativistas e artesãos envolvidos diretamente com a Rota, mapear as áreas de coleta da matéria-prima e registrar o preparo de alimentos e objetos produzidos com o uso da fibra, folhas, sementes e frutos. A área de estudo foi o município de Tapes, localizado às margens da planície costeira do Rio Grande do Sul (RS). Entre Tapes e Barra do Ribeiro, encontra-se o maior butiazal do Brasil, um ecossistema único que carece de práticas que conduzam ao manejo e conservação da espécie. Destaca-se o extrativismo de folhas e frutos da palmeira B. odorata em Tapes, pela diversidade de produtos e alimentos encontrados em épocas de frutificação. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa-quantitativa, com uso de método Snowball sampling e técnicas de entrevistas semiestruturadas, observação participante e mapeamento participativo das coletas realizadas como instrumento da análise de campo. Foram identificados dez extrativistas e artesãos pertencentes à Associação dos Produtores da Agricultura Familiar de Tapes (APAFTAPES), onde eles promovem o aprendizado, sendo multiplicadores de saberes, e comercializam seus objetos e alimentos a partir da matéria-prima coletada. Estas e outras ações asseguram o uso desse fruto pela conservação de espécies nativas e fortalecimento da Rota em Tapes, resultando, inclusive, na incorporação da polpa de butiá na merenda escolar do município através do Programa Nacional de Aquisição de Alimentação Escolar (PNAE) e promoção de eventos locais anuais, como a 1ª, 2ª e 3ª Semana de Atividades Sobre o Uso Sustentável do Butiá realizada desde 2018.


Palavras-chave

butiazal; espécies nativas; manejo; sociobiodiversidade; sustentabilidade


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v5i1.10297

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ISSN 2448-1998