DESAFIOS E ATUAÇÃO DA LIDERANÇA FEMININA NA GESTÃO PÚBLICA, NO ESTADO DO PARÁ
Resumo
Embora diversos estudos demonstrem as importâncias da liderança e da atuação feminina em organizações públicas, as mulheres ainda encontram entraves para assumir cargos de gestão, devido ao ambiente organizacional machista. O objetivo do artigo é o de analisar a atuação e os desafios das lideranças femininas na esfera da gestão pública no estado do Pará. A pesquisa se caracteriza como descritiva, apresentando procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica e abordagem qualitativa. A estratégia foi o estudo de multicasos, em instituições das administrações direta e indireta do governo do estado do Pará. O instrumento de coleta foi a entrevista estruturada e, como técnica de análise de dados, adotou-se a Análise de Conteúdo. Entre os resultados obtidos, observou-se que a atuação feminina na gestão pública é de suma importância, pois amplia as possibilidades de permanência da mulher na gestão pública, por meio de políticas públicas de acesso e de qualificação femininas. Os resultados ainda demonstraram a existência de alguns desafios na gestão feminina, como o preconceito e a discriminação, quanto à oferta de oportunidades, bem como a exploração do aspecto emocional, como fator limitante para ocupar cargos de gestão. Conclui-se que a mulher é atuante e segue forte na luta por seu espaço, pois, apesar da presença da cultura machista nos ambientes de trabalho — na verdade, no todo da sociedade —, ela segue sendo agente de transformação, tanto no setor público quanto no privado, onde quer que ela exerça seu papel de liderança.
Palavras-chave
Liderança feminina; Cultura organizacional; Gestão pública; Machismo
Texto completo:
PDFReferências
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BARRETO, A.; SOUSA, M. J. Models and leadership styles in public administration in the context of telework. SOCIAL REVIEW. International Social Sciences Review / Revista Internacional de Ciencias Sociales, [s. l.], v. 10, n. 2, p. 165–178, 2021. DOI: 10.37467/gka-revsocial.v10.2636.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Da administração pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público, [s. l.], v. 47, n. 1, p. 07–40, 2015. DOI: 10.21874/rsp.v47i1.702.
CINTRA, S. V. Os desafios da gestão feminina no setor calçadista de Franca (SP) sob o olhar do serviço social. 2011. 180 f. Tese (Doutorado) – Curso de Serviço Social, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, 2011. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106127&isAllowed=y. Acesso em: 13 jun. 2019.
CORRÊA, T. T.; CZARNESKI, F.; CERQUEIRA, L. S. Mulheres no poder: uma análise dos desafios enfrentados no acesso e gerenciamento na Prefeitura municipal de Rio Grande-RS. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS, IV CBEO, 2016. Anais [...]. Porto Alegre: CBEO, 2016. Disponível em: https://anaiscbeo.emnuvens.com.br/c. Acesso em: 20 abr. 2019.
ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ENAP). Mulheres ocupam poucos cargos de comando no setor público. 2020. Disponível em: https://www.google.com/url?q=https://enap.gov.br/es/acontece/noticias/mulheres-ocupam-poucos- cargos-de-comando-nosetorpublico&sa= R. Acesso em: 17 abr. 2022.
FARIAS FILHO, J. G. Liderança feminina na Administração Pública: estudo de caso na UEPB. 2007. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Sociedade) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2007.
FERRAZ, M. Liderança: Um desafio para gestores do século XXI? In: XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 11., 2015, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro, 2015. p. 1-20. Disponível em: http://www.inovarse.org/node/3838. Acesso em: 23 abr. 2020.
FERREIRA, V. N.; LOPES, A. E. M. P. O papel da liderança na resolução de conflitos interpessoais no ambiente organizacional: reflexões teóricas. In: CASTRO, A. C.; LOPES, A. E. M. P. (org.). Economia, administração e gestão da inovação: fundamentos e novas perspectivas. Guarujá: Científica Digital, 2024. DOI:10.37885/231215236.
FIRMINO, C. R.; SILVA, F. H. E. D.; VIANA, P. H. P. C. Desigualdades de gênero no serviço público federal. In: VIII CONGRESSO CONSAD DE GESTÃO PÚBLICA. Anais [...]. CONSAD, 2015.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
GONÇALVES, A. et al. A relação entre liderança e cultura organizacional: um estudo realizado em uma IES. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas, Bauru, ano 10, n. 2, abr./jun. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estatísticas de gênero: responsabilidade por afazeres afeta inserção das mulheres no mercado de trabalho. 2018. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/20232-estatisticas-de-genero-responsabilidade-por-afazeres-afeta-insercao-das-mulheres-no-mercado-de-trabalho. Acesso em: 05 mar. 2024.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Homens ganharam quase 30% a mais que as mulheres em 2019. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/27598-homens-ganharam-quase-30-a-mais-que-as-mulheres-em-2019. Acesso em: 05 mar. 2022.
KIELLER, M. A construção da consciência de gênero nos homens, fomento da luta por uma sociedade igualitária. CUT Brasil, 08 mar. 2015. Disponível em: https://www.cut.org.br/artigos/a-construcao-da-consciencia-de-genero-nos-homens-fomento-da- luta-por-uma-sociedade520ganham%20menos. Acesso em: 2 maio 2022.
KURZAWA, L. O Papel da Mulher na Gestão Pública. Auditoria Geral do Estado do Mato Grosso do Sul, 2017. Disponível em: http://arq.sefaz.ms.gov.br/age/artigostec/artigoluciane.pdf. Acesso em: 29 abr. 2022.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2000.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. 13. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.
NASCIMENTO, M. A. Gestão feminina: a liderança feminina nas organizações brasileiras. Ideias & Inovação, Aracaju, v. 4, n. 2, p. 57–66, maio 2018.
ROBBINS, S. P. et al. Biblioteca gestão sem segredos. Lisboa: Edições Centro Atlântico, 2010.
ROCHA, J. M. S. A participação das mulheres na administração das empresas: “o teto de vidro”. 2013. Dissertação (Mestrado) – Instituto Superior de Contabilidade, São Mamede de Infesta, 2013. Disponível em: https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/4525/1/DM_Jo%c3%a3o%20Rocha_2013.pdf. Acesso em: 7 maio 2019.
SANTOS, M. M.; OLIVEIRA, L. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites, contradições e avanços. Rev. Katál, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 11–19, jan./jun. 2010.
SEIDEL, I. F. O. No seio da revolução: o papel das mulheres parisienses a partir da representação de duas imagens durante a Revolução Francesa (1789- 1792). 2023. 59 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
SILVA, A. S.; OLIVEIRA, W. L. O machismo estrutural no tribunal do júri: uma análise crítica do julgamento do caso Bruna Lícia Fonseca. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, v. 9, n. 2, p. 41–64, jul./dez. 2023. DOI: 10.26668/2525-9849/Index_Law_Journals/2023.v9i2.10110.
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.
SILVA, F. B. Desafios das mulheres em cargos de liderança. 2017. TCC (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Taquari (Univates), Lajeado, 2017. Disponível em: https://www.univates.br/.FernandaBorgesdaSIlva.pdf. Acesso em: 17 abr. 2019.
SILVA, M. M. et al. Gestão feminina: características e desafios das mulheres em posição de liderança . Conjecturas, [s. l.], v. 22, n. 6, p. 1057–1071, 2022. DOI: 10.53660/CONJ-1064-I10.
SOUSA, L. P.; GUEDES, D. R. A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estud. Av., v. 30, n. 87, maio/ago. 2016.
SOUSA, P. F.; SIQUEIRA, E. S.; BINOTTO, E. Liderança Feminina na Gestão Pública: um estudo de caso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), 2011. Disponível em: https://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STP_141_893_18429.pdf. Acesso em: 14 mar. 2022.
TAVASSI, A. P. C. et al. As mulheres e o mercado de trabalho brasileiro. Politize, 2021a. Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/mulheres-e-o-mercado-de-trabalho. Acesso em: 26 abr. 2022.
TAVASSI, A. P. C. et al. Os desafios de implementação dos direitos das mulheres. Politize, 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/implementacao-dos-direitos-das-mulheres. Acesso em: 26 abr. 2022.
THIRY-CHERQUES, H. R. O primeiro estruturalismo: método de pesquisa para as ciências da gestão. Rev. Adm. Contemp., v. 10, n. 2, jun. 2006. DOI: 10.1590/S1415-65552006000200008.
VERGARA, S. C. projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZAGO, C. Cultura organizacional: formação, conceito e constituição. Sistemas & Gestão, [s. l.], v. 8, n. 2, p. 106–117, 2013. DOI: 10.7177/sg.2013.V8.N2.A1.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/conexões.v13i1.18598
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2025 Vanessa do Nascimento Ferreira, Vivianne Miranda Maciel da Silva, Maria Aparecida Gonçalves Ferreira

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.