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A represa, os peixes e o estado: sobre o respeito e o reconhecimento na constituição de pessoas entre os beiradeiros do rio Iriri (PA)

Vinicius Aguiar Furuie

Resumo

Um aspecto fundamental da constituição de pessoas nas comunidades ribeirinhas do rio Iriri, um afluente do rio Xingu no Pará, é a participação em interações (sejam elas envolvendo humanos ou não humanos) centradas no reconhecimento mútuo por meio da demonstração de respeito. A centralidade desse reconhecimento pode ser observado em como os pescadores locais falam sobre a relação deles com os tucunarés e pode também ser vislumbrada em momentos decisivos da história da colonização da região, da relação com povos indígenas do vale, e da constituição de relações de aviamento. A construção da barragem de Belo Monte cerca de 300km rio abaixo dessas comunidades a partir de 2011 atraiu novos atores ao universo de trocas dos beiradeiros. Esses forasteiros em grande medida escolheram ignorar essa dinâmica, o que resultou em um sentimento generalizado de desconsideração e de falta de respeito entre os ribeirinhos. Por outro lado, os agentes do Estado (funcionários de agências ambientais, principalmente o ICMBio) buscam contemplar certos requisitos dessa dinâmica, mas os limites da interação são postos por aspectos fundamentais da estrutura estatal como a legislação e a necessidade de justificar políticas públicas com dados quantificáveis.

 

Palavras-chave:  ribeirinhos; Estado ; represa de Belo Monte; conservação ambiental. 


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v16i2.15818



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