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Olhares sobre o ambiente em diferentes momentos de escolarização

André Ribeiro de Santana, Silvia Nogueira Chaves

Resumo

Nesta pesquisa narrativa, objetivamos caracterizar concepções de ambiente de 181 discentes vivenciando Ensino Fundamental (5ª e 8ª séries), Ensino Médio (3º ano) e Ensino Superior (4º e o último semestres de Pedagogia), averiguando ainda possíveis distinções de complexidade. O instrumento aplicado foi um questionário. A análise das respostas evidenciou que concepções de ambiente são representações sociais, por estarem, simultaneamente, na base da elaboração de comportamentos e da comunicação interpessoal, expondo experiências e valores culturais socialmente configurados. Percebemos predominância de dois entendimentos entre os sujeitos, influenciados pela práxis escolar e pela mídia: o ambiente onde vivo, estou e vou, cenário das interações do Homo sapiens entre si e com os demais componentes do ambiente; o manancial de vida, fonte dos elementos que asseguram o existir. Dessas concepções, emergem duas categorias: o ambiente universal, cujos limites podem extrapolar a atmosfera terrestre, sendo pleno de paz e harmonia e configurado por todas as relações entre os diversos integrantes ambientais; o ambiente do homem, substrato de nossa existência, composto por cidades, casas, escolas, praças e ruas. As inter-relações entre os dois ambientes são mediadas por cultura e tecnologia. Constatamos intenso antropocentrismo nos sujeitos, que se julgam privilegiados por serem da espécie capaz de decidir o destino do ambiente. Tais achados podem contribuir, simultaneamente, na Educação Ambiental e na Educação em Ciências, voltadas à busca do equilíbrio de nossas relações com os demais integrantes ambientais.


Palavras-chave

ambiente; concepções educação ambiental; educação em ciências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazrecm.v6i0.1706

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