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Análise econômica da "Produção Invisível" nos estabelecimentos agrícolas familiares no projeto de Assentamento Agroextrativista Paraialta e Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará - uso da mão-de-obra

Antônio José Elias Amorim Menezea

Resumo

Este trabalho discute a importância do uso da mão-de-obra familiar na composição da renda total dos agricultores familiares de uma região de fronteria da Amazônia, como é o caso de Sudeste Paraense que é fortemente marcado pelos conflitos agrários.

Os dados utilizados neste estudo foram a partir de uma pesquisa de campo realizada junto a 78 agricultores familiares do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta e Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará.

O objetivo deste trabalho foi conhecer de que forma a mão-de-obra contribui para a composição da renda familar e da estratégia de reprodução da agricultura familiar na mesorregião do sudeste paraense.

A escolha de produtores entrevistados foi intencional, se constituiu na identificação da renda agrícola, bem como na caracterização dos sistemas de produção desenvolvidos por estes agricultores. Este procedimento permitiu a elaboração de uma tipologia dos sistemas de produção a partir de alguns indicadores socioeconômicos. 

Os resultados desta pesquisa comrpovaram a forte participação da mão-de-obra no conjunto das atividades da agricultura familiar, sendo um componente importante. Refere-se à venda, compra e troca de mão-de-obra, tornando-a essencial na sua estratégia de sobrevivência.

O conhecimento da participação do uso da mão-de-obra torna-se importante no delineamento de políticas públicas, primeiro pela subestimação dos dados estatísticos oficiais, tanto pela compra, venda e troca, pelos agricultores familiares, na propriedade e fora dela. Desta forma, pode-se verificar que os agricultores familiares do Projeto de Assentamento Paialta e Piranheira possuem uma renda total equivalente a 1,48 salário mínimo/mês. É interessante destacar que a contribuição da venda de mão-de-obra na renda familiar chega a 0,34 salário mínimo/mês, o que representa 23,10%, do total da renda. Outra atividade que chama atenção é a participação do mutirão, que chega a 0,35 salário mínimo/mês, o que representa 4,85% do total da renda. A drenagem da renda não-agrícola autônoma, decorrente da aposentadoria do INSS, representa 10,55% da renda monetária dos agricultores, constituindo em importanate fator de sustentabilidade das comunidades locais.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/raf.v4i4.4503

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